quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

a d u l t i f i c a r

É o verbo que uso para descrever uma necessidade premente no guarda-roupa de muitos clientes. 

A passagem para o mercado de trabalho deveria ser o mote para este processo de crescimento, no entanto tenho trabalhado com pessoas com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos que ainda não largaram as vestes da adolescência.

Tive recentemente contacto com uma mulher prestes a entrar na quarta década de existência e que continua a vestir-se como a maria-rapaz que era aos 17 - tudo bem em manter a vibe tomboy, basta que se faça um upgrade para a actualidade.

Um dos meus clientes é um médico com 33 anos que insiste em manter-se escondido por detrás das escolhas que fazia enquanto estudante universitário - não há nenhuma lei que imponha a ausência de frescura e leveza em quem se veste como um adulto, basta seguir algumas directrizes.

Trabalhei no ano passado com uma empresária de 35 que não abria mão de leggings e casacos de malha numa base diária - teve que aprender a levar o conforto para outro nível.

Comecemos pelo início: a única constante da vida é a mudança. Muda a idade, o nosso contexto, mudam as exigências do nosso dia-a-dia, os nossos objectivos e a nossa imagem deve acompanhar essa evolução de forma natural.  

Não se trata de usar apenas fato e gravata, tailleur e salto alto. Não é suposto abrir mão de cores, estampados e de diversão. Não é deixar de usar ténis, sweatshirts ou blusões de cabedal, mas sim de adequar as nossas preferências e gostos à pessoa em que nos tornámos. Não é envelhecer o look, mas torná-lo adulto, construindo uma imagem credível, composta, ainda que jovial.

Na verdade, quando não nos permitimos vestir de acordo com a idade que temos, o look tende a cair no ridículo ou no desleixo. Por tudo isto, deixo-vos três formas para que descubram se o que vestem corresponde ao que realmente são:

1. Quando se veste de manhã e olha ao espelho para contemplar o resultado final, sente-se super confiante com a escolha que fez ou sente que
1.1. passará despercebido(a)?
1.2. tanto faz.
1.3. para o que é, vai assim mesmo.
1.4. desenrasquei-me.
1.5. está mais ou menos.

Se se sente extremamente confiante esperemos que seja pelos motivos certos, à partida está tudo bem. Se se identifica com qualquer outra opção, talvez esteja na altura de pensar em fazer com que o espelho reflicta quem é.


2. Quando se veste e constrói um coordenado, usa sempre apenas duas peças (camisola e calças, por exemplo) e um casaco por cima?

Se o faz, precisa de ajuda. Um outfit só o é realmente quando é composto por mais elementos do que os descritos acima. 


3. Há quanto tempo sente que não dá um UP no seu closet?

Abra as portas do seu armário e veja o que tem. Gosta do que vê ou não há nada de novo e entusiasmante?


Claro que também existe quem se vista de forma demasiado velha para a idade que tem... mas isso é assunto para outro post!

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