Amy Winehouse |
Não tolero a inconsequência porque não a compreendo. Não consigo gastar hoje dez euros que me podem fazer falta amanhã. Não consigo tomar decisões - mesmo quando estou de cabeça quente, tenho a sensatez de respirar fundo e deixar para depois. Sou uma garota, eu sei. Não dou lições de vida a ninguém. Mas o bom senso nem sempre é fruto da avançada idade e isso mexe comigo, vira-me do avesso, traz-me bílis à boca. Desisti, há muito tempo, de dar conselhos que não me sejam pedidos. Não vale a pena atirar palavras contra paredes, elas fazem mesmo ricochete e ainda acabo por fazer figura de otária. Passo por chata, quando só estou a fazer uso de uma visão mais abrangente, a tentar alertar para resultados futuros de um nada de hoje. Quando dou um passo, ele pode mudar a minha vida. Quando tomo uma determinada atitude, ela poderá tornar-se num problema. E quantas vezes já não me aconteceu, por distracção, fazer algo que se transforma num obstáculo maior que as minhas acções? Não custa pensar, se puder ser. Somos seres individuais, devemos ter-nos como prioridade máxima, mas também somos seres sociais e podemos magoar os outros com o papel que, por comodismo ou orgulho, nos propomos representar. Se estiver nas nossas mãos fazê-lo, não compreendo porque não tentar.
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