Chloe Sevigny |
Fecho de edição tirado a ferros.
Não sei como, mas cumpro aquilo a que me tinha proposto. Desenrasco-me. Faço o que tenho a fazer. Missão cumprida, quero ir para casa.
Exterior às seis.
Vou de boa vontade.
Alguns quilómetros.
Afinal é às sete e meia.
Volto para trás, mais uns quilómetros.
Volto ao local.
Sou mal recebida.
Uma mulher sem nível começa a gritar comigo (do nada) assim que sabe que sou jornalista.
Respondo com o tom de voz mais suave que o meu timbre grave me permite vociferar.
Respondo com o sorriso mais amarelo que o meu esmalte permite.
Respondo com as lágrimas nos olhos e a vontade de esquecer a boa educação que os meus pais me deram a acelerar os batimentos cardíacos.
Agradeço a simpatia.
Vejo que tenho plateia.
Não confronto ninguém - tento manter o profissionalismo.
Espero cá fora, duas horas, que a tal reunião termine.
Termina.
Algumas pessoas simpáticas colaboram comigo.
Começo a sentir-me vingada - ai que lindo artigo vou escrever!
São dez da noite e ainda não estou em casa.
Chego a casa.
Sinto-me o único ser pensante no planeta.
Sinto-me a única pessoa razoável e com bom sentido de organização de prioridades.
Preciso da minha melhor amiga a dizer-me que a minha sanidade mental está bem.
Ela diz-me.
Faço camas.
Faço o jantar.
Lavo louça.
Arrumo cozinha.
Recebo flores.
Um abraço.
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