terça-feira, 6 de novembro de 2018

E se tornássemos o mundo melhor apenas por fazer uma comprinha para nós?

Foi um fim-de-semana cheio. Entre o aniversário da mãe e os abraços de que não abdico sempre que subo até à zona centro, fez-se tal tempestade na noite de Domingo que só no dia seguinte tive coragem para me fazer à estrada rumo a Lisboa. E lá vim eu, numa manhã solarenga, estrada afora. Almoço rápido a meio caminho e pouco tempo depois estava na Dress. Confesso que ia receosa. Não me sentia inteira. Há dias assim, em que não vibramos alto. Ia preocupada com a possibilidade de não dar o meu melhor, de não conseguir transmitir - como sinto ser o meu dever sempre que trabalho enquanto consultora de imagem - a confiança. É sempre disso que falamos. Confiança para que aqueles pedaços de tecido tragam à superfície a certeza de que quem os veste tem poder - para fazer acontecer, para receber o que merece.

E subi as escadas enquanto pedia a Deus para me fazer útil nas vidas das pessoas que ia atender, para criar uma experiência agradável e que as encorajasse. Ainda não tinha terminado a subida quando vejo a pessoa que me recebeu neste lugar em que ainda me sinto uma aprendiz mas que me enche tanto o coração. E então senti que se sem me conhecer houve alguém que confiou em mim após uma breve conversa, porque iria agora duvidar das minhas próprias capacidades?

E foi tão bom. Fiquei a tarde toda ali, empenhada e concentrada, feliz com cada outfit terminado e com cada expressão de espanto - «fica-me tão bem!». Tão bonita a mudança de atitude despoletada pelo reflexo que se admira no espelho - «pareço uma actriz de telenovelas, uma figura pública!». Tão sincera a certeza de que o amanhã será melhor porque existe uma armadura para enfrentar os dias - «nunca me vi assim e mal posso esperar para vestir isto no meu primeiro dia de trabalho!». E agradecem-me no final - eu é que agradeço. A cada uma delas pelo testemunho e por me vincarem de sentido o talento que me foi dado. À Dress pela oportunidade de experienciar tudo isto em troca de tão pouco, quase nada e por me encher o coração.

Já com a boutique vazia e com a dor ciática a dar sinais de vida, arrumava o que não tinha sido levado de lágrimas nos olhos. Afinal não tinha ido ali para dar. Voltei para casa muito depois do que seria natural com a certeza de que naquele dia, a pessoa que mais recebera tinha sido eu.

Já suspeitava mas agora tenho a certeza de que a Dress faz mesmo a diferença na vida das pessoas que toca. A Dress tem como motor pessoas que se dedicam de forma louvável ao serviço que prestam. Mulheres que não estão ali para brincar às lojas e que ficam felizes com o sucesso de quem as procura. E é por tudo isto que vos convido a contribuir enquanto se divertem.
No próximo fim-de-semana podem conhecer o lugar onde tudo acontece enquanto compram verdadeiros achados (quem não adora uma pechincha?).

O Mercado de Outono acontece já na Sexta-feira e no Sábado e estarão à venda peças de vestuário, calçado e acessórios que foram doados em bom estado de conservação mas que são inadequados para o contexto profissional.

Os preços são simbólicos (entre 1€ e 15€) e revertem a favor da Dress para garantir que continuará a prestar o apoio especializado a mulheres com poucos recursos económicos.

Ao comprar uma peça de roupa estamos a contribuir para o sucesso de outra mulher!

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