terça-feira, 27 de novembro de 2018

a dor delas

Bella Hadid
Já ouvi tanto choro. Já vi tantas lágrimas. Já senti tantas dores - a dor delas. 

Amarguras e angústias profundas, terríveis e penosas. 

São eles que as esmagam. Primeiro, a submissão - elas abrem mão da autonomia, passam a precisar deles e eles deixam de ser um luxo nas suas vidas para ser uma necessidade, como respirar. A dependência emocional aprisiona-as. Então vem a opressão - elas levam-nos em tal consideração que todas as suas opiniões importam. Tudo o que dizem sobre a pessoa que são é tido em conta; a sua personalidade, as suas escolhas, os seus trejeitos, o seu humor, o seu aspecto físico.

A partir daí, colocam a auto-estima nas mãos erradas. O amor-próprio é construído pela lente do outro. Destruído. E a percepção acerca de si vai-se alterando. Deturpando. De mulheres confiantes e independentes a seres destruídos, frágeis e desprovidos de força. Desprovidos de si. De ser.

E voltar é tão difícil. Vir à superfície custa tanto. Demora tanto.
Mas é possível - e não voltarão a ser as mesmas.

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