quarta-feira, 7 de junho de 2017

Uma pessoa ouve cada uma...

Rihanna
Gosto da Kiko. Compro apenas vernizes e make up para olhos e boca, gosto da qualidade dos produtos, da durabilidade - um batom que sobrevive intacto a um jantar e a uma noitada tem a minha lealdade - e do facto de ter uma loja perto de minha casa. Até aqui, tudo fantástico. 

No que aos cuidados do rosto diz respeito, continuo a ter a Clinique como bff porque tenho uma pele sensível, mas num acto de rebeldia decidi arriscar tudo e experimentar make up de outra marca. Como nunca um produto da Kiko me fez alergia, vou usando, feliz da vida, que sou dessas que gosta de ter imensa maquilhagem apesar de usar sempre a mesma.

Como tal, sou cliente habitual dessa loja que disse situar-se perto de minha casa. Na semana passada, voltei ao espaço para comprar umas sombras e no momento em que estou pronta para pagar e ir-me embora, eis que sou confrontada com uma promoção para lá de espectacular nos vernizes. A funcionária, muito prestável, mostrou-me que havia uns tamanhos mini com cores muito fofinhas a preços ridículos. Óptimo, certo? Claro. Escolhi alguns. Ela diz-me:

- E um dourado, para pintar apenas uma unha diferente?

Conta quem estava comigo que fiz todo um ar de Blair Waldorf. 
Hesitei.








Fitei-a.









Fiquei calada mais tempo do que o normal, respirei fundo e sorri.










- Não faço isso. Uso nudes, rosas e vermelhos. Todas as unhas iguais.

Paguei e saí. 












Como assim? COMO?
Tudo bem, estratégias de venda e blábláblá, mas não se deve analisar o cliente antes de lhe tentar impingir uma treta qualquer? Isto foi uma ofensa. Um ultraje. How dare you? Por quem me toma? Unha dourada? Uma unha diferente das outras? Mas eu tenho ar de quê? Então mas não se vê? Por algum acaso tenho cara de Sheila que usa unhas de gel com diamantes incrustados e que nem consegue escrever num teclado? Mas estamos a ver com quem estamos a falar? Um dourado quê?! Isto foi como se tentassem vender umas Crocs à Anna Dello Russo. Mas como assim? 

Que fique bem claro que odeio unhas de bairro, daquelas que são tão grossas que têm uma altura muito maior do que seria suposto ver numa unha natural, que odeio cores tipo verde-cocó-de-bebé e que não suporto unhas demasiado compridas. Assim que vejo disso, fico nauseada e com uma ideia muito bem formada acerca do sentido estético de quem usa... por isso, nada de me confundir com essa estirpe.











Fiquei lixada.

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