terça-feira, 10 de junho de 2014

A Mana Lamparina faz 18 anos neste preciso momento.

Ela faz dezoito anos. 
Lembro-me dos meus como se tivesse sido há menos de uma década. A memória tem destas coisas, perde-se no tempo e torna mais ou menos longínquas as coisas que já vivemos. Era uma menina com menos ar de menina que ela. Era menos bonita, também. E menos pequena. Em comum, os caracóis, que não usava com tanto gozo nem com tanta liberdade como ela. 
Nunca quis crescer. Algo me dizia que esta vida de adulta não era para mim. Não fui daquelas adolescentes com ganas de ser grande. Só queria ter os dezoito anos para poder finalmente tirar a carta. Sabia que adoraria conduzir. Já o fazia, em jeito de brincadeira e monitorizada pelo pai, mas queria tanto poder fazer longas viagens ao volante, numa independência cheia de prazer, que só por isso ansiava pelo dia 24 de Julho de 2003. 
Não sou muito diferente daquela miúda de que falo. Cresci, mudaram algumas perspectivas, a maneira de olhar para o que vamos atravessando altera-se, a maturidade traz alguma moderação e também contenção, talvez esteja mais tolerante... mas continuo a ser eu. Sou aquela, numa versão com embalagem melhorada e interior com alguns upgrades.

Ela faz dezoito anos.
Lembro-me do dia em que nasceu como se tivesse sido há menos de uma década. A memória tem destas coisas, perde-se no tempo e torna mais ou menos longínquas as coisas que já vivemos. Era muito pequenina, tinha o cabelo muito escuro e já era tanto naquela altura! A boquinha perfeita, as mãos irrequietas. Lembro-me da curiosidade imensa que senti acerca da personalidade que viria a revelar. Será que vai gostar de mim? Será que vamos ser amigas? Terá mau feitio?
Foi uma criança adorável, uma bebé que não dá trabalho, uma menina alegre e cheia de energia, toda ela em gargalhada contagiante.

Ainda estavas na barriga da mãe - saímos as duas do mesmo sítio, não é giro? - e eu já falava contigo. Já cantava para ti, já te abraçava e adormecia encostada a ti, à espera que desses um pontapé ou te mexesses. Esperei por ti durante muito tempo, depois de me habituar à ideia de deixar de ser filha única. Esperei nove meses para que nascesses e te pudesse ver. Esperei que começasses a andar, para podermos brincar na rua e passear de bicicleta, mas quando pudeste fazê-lo, eu já tinha mais que fazer. Esperei que aprendesses a brincar com as minhas coisas, mas quando quiseste companhia, eu já não queria saber de Barbies. Esperei que começasses a falar, para conversarmos, mas havia coisas que não te podia contar porque não perceberias. Esperei que tivesses tamanho para me poderes acompanhar numa saída à noite. Esperei que fosses maior para podermos trocar roupas. Esperei que crescesses durante a maior parte da tua vida, sempre apreciando cada momento teu. Eras do tamanho da minha mão e do meu antebraço, hoje és isto tudo. Finalmente encontrámos o ponto de equilíbrio. Já não espero por ti, vamos lado a lado. 

Não consigo acreditar que chegou o dia em que completas dezoito anos. Há qualquer coisa em mim que dói, acho que é por ter a sensação de que o tempo passa depressa demais. E por outro lado, toda eu sou felicidade por ser abençoada com a tua presença na minha vida. 
Espero que gostes do teu décimo oitavo ano. Que leves as escolhas que tens de fazer com leveza e responsabilidade. Que tomes decisões sem medo, porque confias em ti e no caminho que já está delineado, cheio de coisas boas à tua espera. Que nunca percas a menina que vive aí dentro, que nunca deixes para trás esse discernimento que te conduz. Que a serenidade se torne numa constante e que nunca te sintas só. Nem que seja porque eu vou estar sempre aqui.

Parabéns, Mimi. 
Obrigada por seres a Mana Lamparina. 

3 comentários:

Liliana Pereira disse...

18 anos é uma idade memorável! Parabéns a ela!

cinquentinha disse...

Parabéns à mana, ainda que atrasados ;) A tattoo é vossa? Gostei ;)

Lady Lamp disse...

Obrigada, ML.
Obrigada, cinquentinha. Sim, somos nós na foto. :)*