terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O amor faz-se.

Megan Fox
O amor faz-se e não é de cama que estou a falar, que isto é um blog de respeito. O amor faz-se. Prova-se a ele mesmo nas atitudes que tomamos. Confirma-se pelas loucuras que fazemos. Mostra-se pela abnegação e revela-se no gesto. Materializa-se na renúncia. Amar não é algo estático. Não se sente e pronto. Não é uma palavra como «pedra», um simples substantivo dotado de significância exacta. É um verbo, implica acção. Ama-se continuadamente, como se respira. Ama-se sem ter necessidade de amar. Ama-se porque tem de ser. Como comer. Ama-se porque não se consegue bem-querer de outra forma. Ama-se sem escolha. Não escolhi amar. Se pudesse, se soubesse que consequências teria de suportar, escolhia nunca tê-lo sentido. Quando amamos de corpo e alma, somos acorrentados a alguém. Para sempre. Tenho para mim que amar é um destino, um fado. Um fardo que temos de suportar. Uma dor com que temos de aprender a atravessar os dias. Aprendemos a sorrir de coração apertado, a disfarçar as lágrimas com as gargalhadas. É tão quente, queima tanto, que aconchega. E sentimos que por mais que doa, a dor sabe bem. Não faz mal amar. Não faz mal que doa, é amor. Antes ser queimada por ele que corroída pelo ódio.
Pior que amar, é ser correspondido. São duas dores, dois destinos, dois fados. Dois seres obrigados a viver com a certeza de que existe ali algo que por mais que arda, não se consome. E depois é preciso coragem. É preciso dar as mãos e saltar. E cá entre nós, ainda não conheci ninguém que me surpreendesse por ser realmente corajoso.

6 comentários:

Pipoca dos Saltos Altos disse...

O amor faz-se sim. E tem que se alimentar constantemente :)

Já agora, desculpa o abuso: Podes ajudar a divulgar?
http://www.dosmeussaltosaltos.blogspot.pt/2014/02/bom-dia-melhores-leitores-do-mundo-de.html

Anónimo disse...

O calculismo também se faz no fim
da "fábrica do amor" falir.

Lidia Carrola disse...

Querida amiga, subscrevo o que dizes sobre o AMOR. É o BELO HORRENDO, mas pior que isto, é a incapacidade de amar...Sempre que ELE te chamar, vai. Vive-O, sofre por ELE.Viver sem amar e ser amado,é um desAMOR. Bjnho

Anónimo disse...

deixa-me acrescentar a tudo o que escreveste que o amor pode também levar-te a ficares sem sentimentos por dentro e a ficares sozinha sem ter ninguém do teu lado, a nunca mais seres tocada, abraçada ou beijada, isto porque escolheste alguém para amar que nem sabe que tu existes e não se preocupa minimamente com o teu sentimento. e como tu dizes que o amor é um fardo e nos acorrenta a alguém, esse sentimento pode nunca nos deixar e depois passas a vida na dor e deixa-me dizer-te que essa dor é uma porcaria e só te faz chorar e ficares isolada para sempre.

Menina Lamparina disse...

...gostava mesmo de perceber tudo o que o comentário que abaixo transcrevo quer dizer:

O calculismo também se faz no fim
da "fábrica do amor" falir.

25 de Fevereiro de 2014 às 17:45

Beijinhos a todos*

Anónimo disse...

Interessante percepção e modo de ver esse sentimento evidenciado em vários pontos emocionais, não sendo pintado de rosa nem de escuro.
Daí que definir Amor é algo que não me atrevo. Não por ser desprovido de amor, mas por que creio que cada pessoa o experimente e o viva de forma diferente.
Quanto ao "falir" presumo que nada tenha a ver com o artigo em si mas, de alguém que está com alguém somente por interesse e daí misturar-se sem nexo o denominado Amor.
Continuação de inúmeras palavras! :)