segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Das dores que fazem bem

Toni Garrn 
É como se gostasse quando certas coisas me acontecem. Certas coisas fortes. Coisas que fariam sofrer qualquer mulher. Eu gosto, confesso. E não é masoquismo. É a certeza de que isso acontece para que me lembre de quem sou, do que quero, de onde venho e para onde vou. Quando me sinto fraca, então sou forte. E o mundo é dos fortes, certo? Então, sempre que algo me fere, me deixa gelada, com as mãos tão frias que mal as consigo mexer, com vómitos, os olhos húmidos, como se o sangue desaparecesse de dentro do meu corpo, lembro-me de mim. De como somos ilhas. Um de cada vez, solitários. Sós. E gosto dessa sensação. Gosto de saber que não dependo de ninguém e que ninguém depende de mim. Não há outro que possa viver a minha vida, sentir os meus sentimentos, vibrar com as minhas emoções. Não há quem imprima as minhas pegadas no caminho que é só meu. Gosto de me sentir senhora do meu nariz, sem fragilidades, sem vulnerabilidades. Só eu, com a minha personalidade bem vincada e o meu querer a guiar-me. Eu.

1 comentário:

Ana Catarina disse...

Também sou assim! <3 somos mulheres fortes! :)