Olivia Palermo |
Não foi há muito tempo que se sentiu segura. Não foi há muitos anos que se sabia protegida. Nem dava pelo passar dos dias: alimentavam-na, transportavam-na, cuidavam dela. No momento seguinte, já tomava banho sozinha, lia livros e conversava. Cresceram as maminhas, já usava soutien, foi ao cinema com a melhor amiga, bebeu ginjinha a mais, deu o primeiro beijo, amou, namorou. De repente, dá por ela no tempo presente e grita que não quer que os quarenta anos cheguem já amanhã. Ainda ontem a avó era uma mulher capaz, que se multiplicava entre a pintura, a escultura e a decoração. Amanhã vai conhecer o sítio que nunca será a sua casa. Vai para um lar.
Sonha acordada para forçar um sonho durante a noite. Porque nos sonhos somos donos do tempo.
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