quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

E se?

Mila Kunis
O que sentimos quando alguém vive algo que sonhámos, há muito tempo, ser o nosso futuro? O que sentimos quando observamos de longe, sem vontade alguma de trocar de vida com quem agora nos substitui no lugar que desejámos tão ardentemente? O que sentimos quando alguém vive os nossos planos antigos, mortos e enterrados, sem saber? Que emoção é essa que nasce secretamente quando vemos outro corpo e outra alma desempenhando um papel pelo qual lutámos até perder as forças? Esse sentimento nostálgico que nos faz ter pena de quem orgulhosamente fomos, como se chama? O engano inerente à condição humana não permite que possamos saber como teria sido se..., mas quando nos sentimos afastados do que seria o nosso destino e o vemos passar por nós, tão perto, ali tão perto mas tão longe, é normal que sufoquemos? Ficamos presos a todos os ses? Somos obrigados a conviver com todas as hipóteses que não escolhemos? Temos que ver outros pés trilhar os caminhos que não quisemos percorrer? Como se todos os nossos possíveis destinos nos rodeassem constantemente, mesmo aqueles que queremos esquecer? Mesmo aqueles que lamentamos ter desejado?
Tantas perguntas sem resposta. Fica a gratidão, a certeza de estar no sítio certo e de ter fugido a tempo da desgraça em que me teria metido se tivesse ficado de olhar preso ao chão.

1 comentário:

Snowball disse...

também tenho muitos "E se's". Atacam mais quando estou ligeiramente mais triste, mas fico agradecida pelas escolhas que fui fazendo. Boas ou más, a realidade é que nunca saberemos.