Agyness Deyn |
Quando dormimos, sonhamos. Quando sonhamos, vivemos o que não vivenciamos fisicamente. Libertamo-nos do peso do cadáver adiado que nos priva da leveza da liberdade e de tudo o que nos prende ao chão e não nos deixa voar. Quando dormimos, não vivemos o ramerrame do quotidiano nem perdemos tempo com o que faz doer. Não há paz como aquela que o sono traz.
E então ela queria dormir, dormir até que os dias passassem e fizessem desaparecer os danos, as dores, as partes de si que morreram mas que continuam vivas quando entra no doce estado de dormência que procura todas as noites. Perdeu-se de si mesma e não sabe onde se encontrar. Não sabe o caminho, que a Vida tornou-se num irreconhecível labirinto em que cada canto esconde outra dor. Para onde foram as luzes que lhe iluminavam a escuridão que não tinha em si lugar? Para onde fugiram as mãos que a aqueciam quando não tinha frio? Para onde foi a pessoa que habitava naquele corpo forte? Deixaram-na ali, esquecida pelo tumulto do tempo que não quis saber dela.
1 comentário:
Por vezes é melhor dormir, até que tudo volte ao lugar. Todos os grandes Deuses passaram pelo menos 3 dias no Inferno para regressar mais fortes. Invariavelmente as coisas regressam aos eixos, não há trevas que sempre durem. Esses abanões fazem parte e iluminam áreas que nem conhecíamos ;)
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