terça-feira, 26 de abril de 2011

Outro significado para esse dia.

Olivia Palermo
Poucos sabem da fragilidade da vida ou de quão volátil ela é. Quando utilizo o verbo saber, refiro-me a algo mais que a intrínseca noção com que já nascemos. Poucos sentem em si essa certeza de que o amanhã pode não existir. Para mim, para ti, para alguém que é alvo do nosso amor. Há apenas alguns dias, a minha avó teve que receber sangue, devido a uma hemorragia que sofreu no dia seguinte à operação ao coração a que foi submetida. Não fosse a boa vontade de tantas pessoas, e sabe Deus o que lhe poderia ter acontecido.
O meu avô, marido desta avó de que vos falo, morreu na madrugada de um passado 25 de Abril. Não sei ao certo porque escrevi isto, mas a verdade é que me senti bem por ter mais uma memória, e desta vez boa, a primeira boa memória associada a este dia icónico. A partir de 25 de Abril de 2011, pude começar a fazer algo que sempre quis - ajudar anonimamente, dando do meu sangue a quem possa fazer falta. Não me chega doar as roupas que apesar do bom estado em que se encontram, não uso. Não me chega pagar um lanche a quem me pede esmola na rua. Não me chega entregar bens alimentares a instituições. Não me chega nada disso. Ainda não pude ir para fora em missão, não consegui fazer voluntariado por causa dos horários, mas senti o dia de hoje como algo mais palpável nesse sentido, mais a sério. É uma pequena ajuda, bem sei, mas é útil. Estava tão entusiasmada que me esqueci de me tornar dadora de medula, também. Fica para a próxima. Nada disto custa e pode ajudar alguém, como a minha avó foi ajudada. E o meu sorriso saiu a ganhar. Estou mesmo grata porque finalmente o meu sangue se tornou suficientemente bom para dar a outro ser humano.

Sem comentários: