terça-feira, 19 de abril de 2011

Oh God.

Freida Pinto
É tanto em que pensar, tantas coisas novas para fazer, que chego a julgar que não estou preparada para isto de ser adulto.
São as horas retida numa fila, de senha na mão, para oferecer os meus 375 euros à Segurança Social. É dinheiro que sinto estar a deitar fora, não vou adquirir nada para mim, não estou a pagar por um serviço que me tenha sido prestado (nem que me vá ser prestado). Nada. Sinto que o deito num qualquer contentor, porque não vou ter qualquer retorno, não estou a aplicá-lo em nada.
São as horas retida numa fila, senha na mão, sem saber bem que impressos vou ter que preencher, sem saber que documentos tenho que apresentar, para que os senhores das Finanças não me venham chatear.
São as horas retida numa fila, senha na mão, sem saber que senhora mal encarada me vai atender na Secretaria da Faculdade. Sem saber se não me vai encaminhar para a Secretaria da Universidade. Sem saber se depois de tudo isso, não me pedem um papel. Qual papel? E depois desse, uma vinheta. Qual vinheta? Mais cinquenta euros, por favor. Corro para a Tesouraria.
Odeio burocracias, odeio perder tempo com papelada. Nunca percebo nada, irrito-me e só me apetece chorar. Gosto de resolver o que depende apenas de mim.

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