terça-feira, 19 de abril de 2011

Ficámos sem reacção.

Heidi Klum
Já aconteceu há algum tempo, mas como foi um momento absurdo, insólito e bizarro, é como se não tivesse existido. Era apenas uma manhã pacata em que andava pelas velhas ruas de Lisboa com a minha melhor amiga. Ao longe, um carro dobra a esquina, subindo a estreita rua que descíamos a pé. Vejo o rapaz que ia ao lado do condutor pôr-se à janela. O tronco fora do carro. Tinha algo na mão. Apontava para nós. Parei. A minha amiga parou também. "O que é aquilo?", perguntava eu, com os olhos semicerrados, numa vã tentativa de perceber o que se aproximava. Eu em slow motion. O carro a subir a rua. Vejo-os sorrir. Era um objecto colorido, cores cítricas nas suas mãos. Quando percebo de que se trata, senti o queixo descer até ao pescoço. Ouço ainda as suas gargalhadas depois de passarem por nós, as duas molhadas nos cabelos e nos tops que trazíamos vestidos. Era mesmo uma pistola de água. Uma espingarda. Uma bazuca. Entre risos, continuámos a viagem. Sem perceber.

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