Vamos lá a ver se a gente se entende...

Nicky Hilton

Ser cinzentona não é necessariamente uma prova de que se é um grande crânio. Eu cá perco algum do meu precioso tempo com banalidades fúteis como a cor do meu verniz ou o must have da estação, mas nem por isso passa ar de um ouvido para o outro. É uma mania de quem é pequeno, essa de rotular pessoas com base no que se vê. Eu sei que ainda não dei a minha opinião sobre as eleições (que se resume a quatro frases: para que serve um Presidente da República ultimamente? É um embaixador com mais poder, não é? Não serve para nada e como me parecem inúteis e não vou à bola com os discursos de nenhum dos candidatos, vou votar em branco. É o único recurso disponível para quem quer mostrar o seu descontentamento preocupado.) nem fiz aqui nenhuma explanação sobre a insustentável leveza do ser, mas não se esqueçam de que só quem não é inteligente tenta provar o contrário. Não tenho paciência nenhuma para aquele típico olhar, vindo de quem se julga muito espertinho e me julga uma tiazoca fútil de direita. Perco logo a vontade de me dar a conhecer - talvez não valha a pena o esforço. Além disso, acho mesmo o máximo que se consiga ser gira e ter zelo pela forma como nos mostramos ao mundo, estar a par das tendências, ler uma Vogue e A República de Platão, trabalhar, namorar, fazer planos para o futuro, cozinhar e ter tempo para os amigos, entre tantas outras actividades. Esta versatilidade é obra de um grande cérebro. E quando eu vir as minhas obras literárias à venda, conversamos, oh cromos.