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Anna Paquin |
Sinto-me envelhecer. Cada vez menos gargalhadas, cada vez menos vontade de me perder por entre todo o ar pesado, carregado de fumo e hálitos alcoólicos a que todos fazem corresponder a palavra diversão. Sinto-me demasiado mergulhada numa seriedade que não se coaduna com a minha idade. É um peso no semblante que não consigo esconder nem recorrendo aos serviços do melhor make up artist do planeta. Mais assuntos de gente crescida em que pensar, talvez. A verdade é que ainda que os problemas que me rodeiam não me pertençam, por não me terem como causa, a consequência atinge-me. A preocupação com aqueles que amo é inevitável. Influencia-me o humor essa sensação de impotência inerente à posição de quem não está no epicentro da questão. E são tantas as questões, os conflitos, os dramas, as irresponsabilidades, enfim, os problemas. Tantos à minha volta, que chego a pensar que o caos me vai engolir. Qualquer dia caio para o lado e nem foi nada comigo.
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