terça-feira, 22 de janeiro de 2019

t o d o s

Sou mestiça. Apesar da palidez da minha pele e segundo o que tenho lido por aí, metade de mim é preto vai para a tua terra. Outra metade é branco sacana que bate em pretos.
Fere-me de cada vez que alguém aponta a diferença. Magoa-me de cada vez que ouço ou leio ignorância e preconceito. Não vejo pretos e brancos. Vejo pessoas.
Sou mestiça, uma fusão do melhor de dois mundos. E tu, que dizes que és branco, que olhas para o espelho com um certo orgulho no que julgas ser evidência de ser-se caucasiano, cheira-me que entre visigodos e mouros também não hás-de estar muito longe da minha suposta definição étnica.
E tu, que te apelidas de negro e que te vitimizas em vez de te elevares, que atiras sobre os outros o peso da responsabilidade de não te sentires digno, de te olhares como menor, bate no peito e honra a memória dos teus antepassados que não podiam mudar o mundo, porque o mundo ainda era mais duro para eles. Não deixes que te pisem mas sê maior.
É que se fôssemos todos evoluídos, todos amor, todos mais, já não haveria espaço para discussões que abrem feridas em vez de as tratar.
Somos todos gente. Somos todos pessoas. Somos todos humanos.

2 comentários:

Isabel Margarida Simões disse...

Nem mais...

Anónimo disse...

Caramba, é que só muda a cor da pele.
Por dentro, físicamente, somos todos iguais.
Beijo grande.
Mónica