Trabalho por conta própria. Trabalho directamente com os meus clientes e não tenho um patrão. Trabalho muito a partir de casa e sou eu que organizo a minha agenda e os meus horários e é exactamente por isso que algumas das pessoas com quem me relaciono presumem que não faço lá grande coisa.
Muitas acreditam que sou uma dondoca que não tem muito que fazer, que passa dias no sofá e sai apenas quando lhe apetece gastar algum tempo na manicure ou dinheiro na ZARA. Outros assumem que vivo de festa em festa, beberricando champagne enquanto conheço outras clientes que levo a passear pelas lojas da Avenida da Liberdade.
Deve ser por isso que não respeitam as horas que marco para cafés, que reviram os olhos quando digo que tenho que me ir embora ou que duvidam da minha palavra quando afirmo não poder mesmo combinar encontros em determinada data. Como se eu não trabalhasse.
Além de trabalhar, tenho uma casa para tomar conta e todos os afazeres normais de um ser humano que não pertença à realeza. Neste preciso momento, estou a escrever este post depois de ter respondido a e-mails enquanto a máquina de roupa termina mais um alguidar que vou estender. Ontem estive colada ao computador madrugada afora para poder ir à praia esta tarde.
Às vezes cansa-me ser tratada como uma desocupada, mesmo sabendo que se fosse, ninguém teria absolutamente nada a ver com o assunto a não ser que me sustentasse.
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