é um trabalho diário.
para nos mantermos no centro, temos que nos lembrar disso todos os dias. como os nossos pais nos ensinaram pacientemente a lavar os dentes e tivemos que ser lembrados de que é necessário fazê-lo até que se tornasse num gesto automático, num passo óbvio na nossa rotina diária. assim é com as nossas prioridades: é imperativo recordar constantemente de quem deve estar no centro delas. não pode ser o trabalho, não pode ser o namorado, a relação, o filho, não podem ser os amigos. mesmo que pareça altruísmo, amor, brio profissional. mesmo que pareça justo, bom ou nobre. mesmo que pareça correcto sair do trono para o ceder a outro, não é.
a primeira de todas as consequências será o desequilíbrio. de dentro para fora, do nosso interior para o que nos é externo. ao perder o norte, deixaremos cair todos os outros elementos importantes da nossa vida. ao priorizar o meu namorado, coloco-me abaixo dele e dou-lhe espaço para que me tome como garantida, agindo em conformidade. ao elevar o trabalho sobre todas as coisas, deixo de estar presente para as minhas pessoas e afasto-me da vida.
conheço alguém que me disse que a vida é como um jogo de Trivial Pursuit: temos de ter os vários queijinhos. eu acrescento que temos de estar no centro deles, zelar por nós, pelo nosso bem-estar, respeitar as nossas vontades, mimar quem somos, abrir a janela e deixar a luz entrar, sorrir, gastar tempo fazendo o que gostamos.
o resto acabará por fluir como é devido.
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