quinta-feira, 30 de novembro de 2017

...e por falar em Natal...

Katy Perry
...ter um filho não é como montar um presépio. Não é só sorrisos entre um casal apaixonado que vê finalmente materializado num novo ser o seu amor. Não é.

É por saber o que é que o meu instinto maternal está bem vivo e guardadinho numa caixa com furos para ir respirando, pronto a desempacotar quando me sentir pronta para atravessar a loucura que é esse acto tão transformador e que exige tanta responsabilidade como gerar alguém e trazê-lo a esta existência terrena.
(Repararam como tive que usar o verbo desempacotar para expressar a acção de tirar da caixa? Devia ser desencaixar.)

São as hormonas todas malucas, são os palpites dos outros sobre um assunto tão nosso - Como assim, não queres parto natural? Não amamentas? Pobre criança! Amamentas em público? Não tens pudor? Devias escolher apenas roupinhas orgânicas. Faz mal agarrar tanto ao colo. Que tipo de educação lhe vais dar? Não o queres baptizar?! Não estás nada preocupada com o teu corpo, se vais comer isso tudo. E o próximo, é para quando?
É o cansaço emocional, físico, psicológico. É o medo de mão dada com a felicidade. É o não querer deixar de ser casal apesar de ser pai e mãe e não ter tempo para namorar. É o corpo todo mudado. É a sogra que invade o espaço. É a casa a precisar de sossego. É uma mãe a nascer também.

Uma vida nova e tantas são mudadas.

Ainda não fui mãe e comecei a saber que quero sê-lo por volta dos 17 anos. Já tive pressa, confesso. Apesar do aumento da pressão nesse sentido por parte da minha mãe, de muitos conhecidos e de alguns amigos, hoje não tenho urgência alguma em dar esse passo. 


Continuo a desejar experienciar a maternidade e quero que isso aconteça num determinado momento que há-de vir. Quando chegar, saberei. Enquanto isso, vou sendo a tia dos filhos das minhas amigas, as mães que não quero chatear com perguntas inconvenientes e opiniões que ninguém pediu e que desencaminho para uns jantares só para poderem desanuviar e rir um bocadinho, lembrando que ainda são mulheres, seres individuais e com vida para lá da família e desse novo, doce e tão duro papel que desempenham.

2 comentários:

Filipa disse...

Querida Ana,
Sou mãe e as minhas melhoras amigas do coração ainda não. São tão importantes na nossa vida! São as tias do coração que ele reconhece desde cedo nas fotos. E a mim, fazem-me querer ter tempo meu com elas:) Tia é um papel bem especial!
Bjs

Lady Lamp disse...

Que bom saber que a perspectiva do teu lado é a mesma, Filipa. Tão bom. <3

Beijinho grande*