sexta-feira, 4 de julho de 2014

Alguém sabe?

Amanda Seyfried
Demorar quase trinta anos a descobrir que afinal vamos aprendendo sobre o nosso eu. Julgava que me conhecia muitíssimo bem, podia apostar que era capaz de me recitar de olhos fechados: defeitos, virtudes, manias, fragilidades. Dou por mim a ser surpreendida com novos detalhes, factos a que não tinha dado qualquer importância.

Sempre olhei de alto para pessoas indecisas, considerava-as dotadas de uma fraca personalidade. Nunca gostei dessa ideia de não saber o que se quer ou, por outras palavras, de não ter bem seguras nas mãos as rédeas do nosso percurso. Não compreendo quem não arrisca, quem não toma decisões, quem não sai da zona de conforto.

E descobri que sou tudo o que sempre critiquei. Que quando o risco é muito elevado, quando a probabilidade de não conseguir alcançar determinado objectivo é demasiado alta, me descarto. Por medo ou por preguiça, uso sempre as mesmas desculpas: «Se exige esforço e não vem ter comigo naturalmente, é porque não tem de ser»; «Na vida, tudo flui naturalmente»; «Se teria de fazer isso tudo, esquece. Não me vou dar ao trabalho, não há paciência». Sou assim em todas as situações que não implicam apenas a minha vontade, a minha postura, o meu querer. Talvez tenha medo de assumir que quero alguma coisa porque depois, se não a obtiver, se o desejo não se realizar, terei de assumir o falhanço. Perante mim e perante os que me ouviram afirmar o querer.

Como sabemos quando devemos ou não investir esforço em alguma coisa?

5 comentários:

Morango Azul disse...

Pois. que pergunta pertinente.
Por um lado não devemos esperar que nos caia as coisas do céu, por outro há situações que não dependem de nós.

É ir insistindo sem desistir mas sem fazer um drama se não se atinge o pretendido...

rosa_chiclet disse...

essa pergunta é muito complicada..
Mas na minha opinião pelo menos temos de tentar uma vez e não ter medo de arriscar..

kisses***

Unknown disse...

Não é fácil decidir quando ir à luta ou não. Também não é fácil, lutar e falhar. Tal como também não é fácil, não acreditar em nós e só por isso falhar.
Das vezes que lutei, por vezes desejei ser como aquelas pessoas que se acomodam. Das vezes que não acreditei em mim, me acomodei e não lutei arrependi-me. Porque mesmo sem começar a luta, já estava perdida.
No entanto, não sei qual é mais fácil: perder porque não tentamos ou perder quando demos tudo de nós. No entanto, é falhar de qualquer modo.
No ano passado, perdi porque não acreditei em mim. Este ano desisti de tudo para voltar à luta. Digo desistir de tudo, porque estava a trabalhar, a ganhar um salário e estou metida em casa agora a estudar. É só a esperança de conseguir uma nota num exame, que me permita a colocação na especialidade médica que quero.
Será que me devia ter acomodado? Será que devia ter começado esta luta? A minha inquietação não me deixou acomodar...corri o risco.
O meu pai deu-me um conselho tempos atrás: Tens de agir no momento certo, senão perdes a oportunidade. Eu perdi-a. E agora perco 1 ano para voltar a alcançar.

Marlene Matias disse...

Devemos investir nas coisas, sempre que acharmos que é isso que queremos para nós...mesmo que no fim chegues á conclusão que não era bem isso! Contudo, tentaste, foste á luta e não desististes. Não te acomodes minha linda, ás vezes é mesmo preciso correr atrás! É também isso que faz sentido á Vida e faz-nos Viver! Desassossega-te!!!

Beijinho e sabes onde me encontrar ;)

Marcia disse...

Me identifico muito com seus textos. Você fala exatamente tudo que sinto.