quinta-feira, 10 de abril de 2014

«Segue o teu coração, mas leva o teu cérebro contigo»

Sienna Miller
Estar apaixonada é acordar e ser assolada por pensamentos em que o objecto da paixão é o protagonista? Ou é ao longo do dia, ter graves dificuldades de concentração porque aquela pessoa não nos sai da cabeça? É fazer figura de parva e sorrir, enquanto andamos sozinhas pela rua, só porque nos lembramos de alguma coisa que o outro disse ou fez? É não conter o riso por algo que na realidade não tem a menor das graças? É querer estar, ver, olhar, tocar, beijar, abraçar, ouvir, conversar, deitar tempo fora? Estar apaixonada implica não conseguir travar certas inseguranças? Ficar naquele estado de gaja paranóica só porque não percebemos o que se passa do outro lado, quando recebemos uma mensagem escrita de um modo menos amoroso? Estamos apaixonadas quando adormecemos a pensar nele? Quando sonhamos várias vezes com o outro? Estar apaixonada torna-nos mais pensativas, introspectivas e distraídas? A paixão faz com que gostemos de tudo no outro? Suscita interesse acerca de tudo no mundo do outro? 
Mas e se apesar de tudo isso, não existir medo de perder? E se rejeitarmos a dependência e a profundidade do sentir? E se continuarmos frias e distantes, mesmo que manifestemos carinho em determinadas atitudes? Estar apaixonada afinal não é assim uma coisa para lá de arrebatadora? Não devia dar cabo da racionalidade e roubar-nos de dentro do nosso corpo para nos atirar para o meio de um furacão de emoções? 
É possível estar apaixonada e continuar a ser um ser inteligente?

2 comentários:

Imperatriz Sissi disse...

Sempre acreditei que é preciso frieza nestas coisas, mas diz-se que se uma mulher se mantém muito racional, não está verdadeiramente apaixonada.

Lady Lamp disse...

Acho que perdi a definição correcta para «apaixonada» algures no meio do cinismo a que o tempo nos vai obrigando a ceder...