quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Um post sobre Pombal e as autárquicas

O mês de Setembro tem sido estranho. Tão estranho que ao olhar para as últimas semanas, sinto ter andado sempre a correr. Devo ter feito mais quilómetros dentro do país que um distribuidor de publicidade do Professor Karamba. Não me estou a queixar - gosto desta sensação de estar em constante movimento. Gosto de me sentir da altura do que os meus olhos vêem, distante do que não edifica o espírito e perto de mim. Mas numa das vezes em que atravessava a minha cidade, vi um dos carros de campanha autárquica passar, poluindo o ambiente com aquela barulheira que nunca tolerei alegremente - salvo quando era eu a condutora de uma dessas viaturas (btw, ainda tenho uns altifalantes na minha garagem!!). Ao vê-lo passar, reparei quão longe estou do que me era familiar. Há anos que não me sentia tão desligada da vida política do concelho. Há muitos anos. Provavelmente, desde os meus 14 ou 15. Agora, com 28, estou tão centrada em mim, na minha vida pessoal e profissional, que não me envolvi. Não tive como. O afastamento dessas lides foi notório inclusivamente do ponto de vista jornalístico. Não cobri eventos, não ouvi mexericos de bastidores. Não faço parte de nenhuma lista, não andei em campanhas, mas observei de longe comportamentos condenáveis de pessoas altamente desequilibradas, admirei reacções elevadas, encolhi os ombros com atitudes que não desiludiram mas também não maravilharam. A certa altura, confesso que tive de abandonar o facebook, que evitei espreitar, dada a quantidade de publicações contaminadas de escárnio e maldizer. Senti que ninguém tinha mais que fazer, por vezes. Que ninguém tinha problemas ou preocupações à séria e que por isso se podiam dar ao luxo de gastar tempo com ninharias, coisas pequenas, mesquinhas. No meio de tudo isto, torci e torço por quem de direito, obviamente. E vou votar, este fim-de-semana, consciente de que Pombal entrará num novo ciclo. E pensava nisto tudo depois de me ter cruzado com o tal carro de campanha, de uma lista que não pude integrar, quando vi o presidente desta Câmara Municipal atravessar a estrada, dos Paços do Concelho para a nova praça do centro da cidade. E senti que esta era a última semana da era Narciso. Tenho imensas dúvidas: como ficará Pombal sem este engenheiro no poder? Que piada terá transcrever frases proferidas nas reuniões do executivo camarário? Como ficarão os cidadãos sem ter aquela pessoa sempre ali, para culpar de todos os males do concelho? Quem não gosta dele, tem respostas prontas e eu sei quais são. Mas e quem gosta, como fica? E quem lhe é subserviente? E acima de tudo, para lá das verdades de cada um, o que raio vai acontecer?
Eu não vou a votos, mas vou votar. E desta vez, mesmo que o voto seja igual, vai haver mudança...


mudança 
s. f.
1. Acto de mudar.
2. Troca.
3. Alteração, modificação, transformação (física ou moral).
4. Variação.

1 comentário:

Paula Sofia Luz disse...

Um beijo da tia, que tem saudades tuas. Ainda temos muito para fazer nesta cidade, juntas. <3