quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Lágrimas felizes

Miranda and Carrie
Escrevo-vos de lágrimas nos olhos. Minto: elas descem pelo meu rosto. E enquanto me recordo de como me lembrava de quando a conheci enquanto me dava a boa nova, penso sobre como me é difícil escrever sobre os sentimentos felizes. É que a inspiração gosta mais de se alimentar das tragédias, das dores, das tristezas. E hoje não consigo conter o choro, mas um choro feliz e cheio de orgulho. Conhecemo-nos noutra vida. Éramos crianças sem saber. Foram muitas aventuras, muitas frases marcantes, muita diversão, inúmeras confissões, uma mão cheia de dramas e outra de gargalhadas. Como lhe disse, há amores assim. A vida muda, os dias passam por nós e vão-nos desgastando, mas não levam aquilo que somos. E mesmo sem tempo para deitar conversa fora, há pessoas que ficam coladas à nossa essência. Tipo ela em mim. Ela vai ser mãe, eu sinto que vou ser tia.
O dia de ontem vai ficar para sempre gravado em mim: na memória e no coração. Tê-la perante mim abrigando outra vida dentro de si, com um sorriso tranquilo e lembrar-me de como estranhei o seu olhar quando decidimos, sem tomar nenhuma decisão, que seríamos amigas para sempre. Sempre muito direitinha, com os passos pequeninos como ela, a pele e o cabelo impecáveis e uma mímica característica e muitíssimo feminina escondendo a traquinice que lhe é natural. A minha menina cresceu e vai ser mãe, eu sinto que vou ser tia.
E como fiquei grata por me ter sido permitido viver este momento especial e importante... Quero estar lá, ver a barriga crescer durante os próximos meses e depois ver o bebé que foi planeado e que terá a minha amiga como mãe.
A minha amiga vai ser mãe, eu sinto que vou ser tia.