quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Estamos cá de passagem.

Demi Moore
Quando era pequenina, também passei por aquela fase típica em que choramos compulsivamente só de pensar na hipótese de perder o pai ou a mãe. Confesso com timidez que ainda hoje, do alto dos meus 27 anos, essa suposição me humedece o olhar. Ainda que a sombra de uma ou outra doença me tenham apertado o coração, eu não sei o que é sentir o medo real, com a certeza de que o fim está iminente. Não posso imaginar que dor se sente, que urgência nos aperta o peito, que paz o sono não traz.
A impotência que a consciência de não poder fazer nada para alterar o curso de uma vida nos impele é cortante. E a certeza da morte, apesar de ser um dado adquirido, é também inconcebível quando se é jovem. Acho que quando somos novos, optamos por esquecer a fatalidade. Como se fôssemos imortais. Nós e os nossos. Como se a morte só escolhesse os idosos, os velhinhos, aqueles que estão naquilo que entendemos ser a recta final. E de repente, sem que nenhum de nós autorizasse, ela escolhe assombrar os que, da nossa pequenez, consideramos merecedores de vida. Como se fôssemos Deus. Como se soubéssemos alguma coisa disto. Depois de encarar a realidade, não há revolta, mágoa, fúria ou tristeza capazes de a alterar. Tentamos então aproveitar o tempo que resta aqui com resignação. Estamos cá de passagem, não é? Então que cada "adeus" seja um "até já".

3 comentários:

Ana Catarina disse...

até me deixaste com um nó na garganta!!! :/

Palco do tempo disse...

nunca estamos preparados para perder quem gostamos. beijinho

goodbadandfab disse...

Cute colors! They look great together!

www.goodbadandfab.com
personal style and fashion musings of a LA fashion lawyer living life in the fab lane