sexta-feira, 25 de maio de 2012

Um dia pela Vida.

Jessica Stam
Não foi um dia. Não foram três meses. Não foram as reuniões nem o atendimento às equipas na sede emprestada que carinhosamente apelidámos de salinha. Não foi o cansaço. Não foi o deixar de ter vida própria, nem os Sábados ocupados ou os feriados em que decidimos trabalhar. Não foi a impaciência nem a exaustão. Não foram as cobranças da família e dos amigos, lamentando a falta de tempo que lhes dediquei. Não foi a insegurança, o receio de falhar ou o medo de ser assaltada. Foi muito mais.
Sabem, se me tivessem contado como seria, não me teria sentido à altura de um projecto desta dimensão. Eu não fazia ideia de que iria ser como foi.
Quando o coordenador desta surpresa me disse que mais que um projecto, uma iniciativa ou um aglomerado de actividades, estávamos a falar de uma experiência com muitas emoções à mistura, confesso que achei que eram balelas. Não porque duvidasse dele, mas porque estou tão farta de ver gente a brincar às caridadezinhas que me pareceu difícil que a sede de protagonismo inerente à maior parte dos seres humanos não abafasse o que nos movia. Volvidos alguns meses, dou a mão à palmatória: ele tinha razão. E talvez por isso esteja a escrever-vos com um nó na garganta.
Amanhã é o dia do encerramento. O evento final, o culminar de todo um trabalho feito de mãos dadas.
Conheci pessoas maravilhosas. Pessoas sem medo de trabalhar, empenhadas, dedicadas. Que conseguem tudo o que querem, que dão mais do que têm, para quem não existem impossíveis. Outras que espantam, alegram e nos fazem sorrir, de tão genuína a sua atitude. Conheci gente forte, inabalável e firme. Entrei no mundo de quem entrou também no meu. Quero guardá-las para sempre. Apaixonei-me por tudo o que são. Abracei pessoas que de tão doces, não ousaram levantar a voz. Fascinaram-me outras, que escondiam toda a sua doçura por debaixo de uma máscara austera. Criei cumplicidades e percebi que não importa que preconceitos existam: eles desaparecem quando nos entregamos, porque somos todos humanos, charme e osso, no meu caso. Reaprendi muitas verdades de que já não me lembrava.
Tive o privilégio de aprender mais qualquer coisa, fazendo jus ao cliché que proclama que quem é voluntário recebe sempre muito mais do que dá. E todo o trabalho que fiz não me parece muito. Olhando para trás, o que me parece imenso é todo o trabalho levado a cabo pelas equipas e pelos seus capitães. Nunca vi Pombal assim. Toda a gente envolvida na mesma causa, sem partidos à mistura. Foi um movimento e tanto. Comovente, no mínimo. Num contexto como este que atravessamos, em que a crise financeira se mistura com a de valores e em que consequentemente o umbigo de cada um é a sua única prioridade, surpreende-me que tanta gente (meu Deus, tanta gente!) se tenha unido com um mesmo propósito. Deram o seu tempo e o seu dinheiro com um desprendimento impressionante. E fizeram-se coisas bonitas, alcançámos números de que não nos envergonhamos, passámos a mensagem pretendida.
Se houve pormenores menos bons no UDPV? Claro que sim - onde há gente, há confusão. Mas foram pequenos nadas no meio de tantos aplausos que merece.

Vestimos a camisola. Agora não a quero despir. Não me entendam mal, eu continuo a odiar roxo, mas vou sentir falta daquela Comissão Local, dos meus meninos do Quarteto Fantástico o que teria sido de mim sem eles?, da salinha, dos jantares. Já sinto.
Pombal está de parabéns.

Estão todos convidados para aparecer amanhã no festão do ano @Jardim do Cardal. Começa bem cedo e dura até durar.

1 comentário:

Paula Sofia Luz disse...

:))))))>3
Eu ainda ganhei uma sobrinha. A minha primeira sobrinha!
Já te disse que és linda?