terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ninguém deve gostar tanto de estar sozinha como eu.

Leighton Meester
O sabor metálico da água Castello, o sol quente no rosto, o casaco quente. A ausência de melodia no canto das gaivotas, o som das suas asas que me remete para o Fernão Capelo. O rio à minha frente, reflectindo os fios de luz. o céu azul, o silêncio. O momento quieto.
Os dias deveriam ser todos assim, tornando o mais solitário dos minutos numa paz reconfortante. Voam, planam, sem saber que as olho. Não sabem como me comove a liberdade que lhes é natural. Porque as invejaria um humano? Não têm nada e tudo lhes pertence. Talvez seja essa a maior das riquezas. Enquanto que por elas os dias passam sem que disso se apercebam, a mim angustiam-me.
Sempre quis voar - desejo secreto e ridículo. É nos sonhos que posso fazê-lo sem cansaço, sem artefactos. E acordo sempre feliz. Nesses sonhos sou leve. Como elas, como estas gaivotas que têm como lar o rio e o céu como tecto. Livres. Sem nada. Com tudo. Vivas.
Perdemos tanto tempo com ocupações sem importância que nos esquecemos destas pequenas preciosidades; respirar, ver, cheirar, sentir.
Gosto de voar, mesmo que presa ao chão pela minha humana condição.

8 comentários:

Ana FVP disse...

Em relação ao título do teu post, sem caracterizar a fundo a palavra "sozinha", posso dizer que eu gosto mais do que tu ;)

:P

Maria disse...

gorgeous honey :)

por vezes vou dar um passeio pelo monte - tenho a felicidade de viver num local onde a natureza abunda - e tiro sempre um minuto para ficar em silencio a ouir o que me rodeia . sabe tão bem!!!

nos tempos em que corria de manhã nem imaginas como ficava com a alma cheia ao sentir o sol a bater-me na cara, ter como cenário vinhas e oliveiras e não haver nenhum traço da civilização... ai, fiquei nostálgica :)

bjo*

Leonor disse...

Infelizmente passo muito tempo sozinha. Não que seja um problema mas fazem-me falta as pessoas para também poder apreciar os momentos em que estou sozinha..

Kishikiari disse...

gostei da forma como escreves, eu gosto de apreciar os meus momentos de solidão :)

Anónimo disse...

adoro como escreves*
a maneira como usas as palavras na descrição, transporta-nos para a situação que viveste. Gosto!
Menina Lamparina, eu também sou como tu. Adorava voar e sonho imensas vezes com isso ahah. É a vontade que tenho de querer ser livre de muitas responsabilidades, leva-me a sonhar com o "poder voar". E também me sinto mais levo quando tenho esses sonhos =D
Beijinhos*

Joa disse...

Gostei muito... ah e continua a sonhar!

Tamborim Zim disse...

Preciosidades. Sem dúvida. Ainda hj falava sobre isso ao almoço. Um céu lindo, de azul q parece querer escorrer...deleite e preciosidade, sim.

Lady Lamp disse...

Sério, Ana FVP? :D Achava impossível que alguém gostasse tanto do seu espacinho solitário como eu... eheheheh :D :*

Maria, eu acredito que a felicidade está mesmo nesses pequenos momentos. Mal daqueles que não conseguem saboreá-los... :)*

Leonor, gosto de estar sozinha mas não suporto a solidão - preciso de pessoas, das minhas pessoas e do seu ruído, das gargalhadas e dos abraços, dos sorrisos e das conversas. Não sou pessoa para aguentar viver sozinha num sítio onde não conheça ninguém, por exemplo. Acho que sofreria imenso... É como dizes: é preciso ter pessoas para apreciar os momentos em que só nos temos a nós. :)*

Obrigada, Kishikiari*

Miss Pink, voar é a melhor coisa do mundo. Googla: funtastic cable. :D :*

Joa, o sonho é uma constante da vida, tão concreta e definida como outra coisa qualquer... :D :*

Tamborim, é mesmo uma preciosidade poder absorver tudo o que é tido como banal. :)*

Beijinhos*