Lara Stone |
Acordo cedíssimo, depois de uma noite muito mal dormida
Já o dia estava a correr bem logo pela manhã quando bato com a cara na porta da porcaria da secretaria da Universidade, que uma pessoa até julga estar no século XXI, mas o sistema informático não me deixa realizar a inscrição nas minhas cadeiras a partir de casa, sem filas nem chatices para os senhores funcionários que passam o dia a aturar gente chata como eu, oh coitados que pena que eu tenho até me movo de íntima compaixão. Esses não devem ter problemas quando lhes roubarem duzentos euros... DUZENTOS. Porque ao fim e ao cabo, sempre recebem um ordenado fixo, mensal, para estar ali de rabo alapado à cadeira a atender gente como eu. E eu até gostava de ser atendida e despachar a minha vidinha, mas não posso porque a bosta do sistema informático não funciona nem se prevê que funcione e então a malta chata como eu entope a merda da secretaria. Nisto, vou amanhã pela terceira vez para lá, na esperança de acabar com a peregrinação até à máquineta de tirar senhas, que por acaso são sempre duzentas (Oi? Vejo aqui um certo paralelismo.) por dia e esgotam antes que aquilo abra as portas porque há quem fique de plantão desde as sete da manhã para conseguir resolver os seus problemas académicos. Valha-me a massagem que meu noivo adorado me ofereceu para ao menos poder passar por isto pensando que na sexta feira, depois da última de duas reuniões que tenho esta semana, posso parar para nada fazer.
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