segunda-feira, 30 de maio de 2011

Money.

Noémie Lenoir
Esta verdade já foi cantada vezes sem conta por inúmeras pessoas. É algo que já faz parte do conhecimento inato, eu sei. É um dado adquirido, um cliché. Para alguns, uma máxima, para outros, um objectivo. Há quem se sinta confortável com esse facto e há os que como eu, nem por isso. Detesto os dias em que tenho a certeza de que o dinheiro domina o mundo. Nada de novo, bem sei. O poder económico rege a subversão de princípios e de interesses. Pisa a integridade e quebra laços. Maça as pessoas. O dinheiro que temos cria a imagem que projectamos, porque está implícito não só no que ostentamos, mas no estilo de vida que praticamos. É indelicado falar de dinheiro, mas ele não precisa de ser dito - é inerente, está nas entrelinhas. Tudo é dinheiro e para a maior parte das pessoas, o dinheiro é tudo. Sinto sempre um aperto no estômago quando sinto essa pressão. Quando vejo pessoas tristes por causa do dinheiro, da falta que sentem dele. Quando vejo pessoas infelizes, escondendo cada pranto num bem adquirido. Quando vejo discussões provocadas pelo dinheiro, que casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Onde quero chegar? Ao que sinto que tem sido esquecido... que o dinheiro não pode ser a fonte da felicidade. Pode ser um meio, não discordo: sem ele, não viajo, não janto fora com as minhas amigas nem vou ao cinema com o meu namorado. Mas não pode ser tudo. Há mais para além da carteira e dos cartões. Há um sol que nos queima as maçãs do rosto, uma imperial que se bebe com os pés na areia e os olhos no mar, o sorriso de quem amamos, o abraço de um amigo que reencontramos, uma flor que recebemos. Há o curtir a viagem que fazemos de carro, sozinhos, que nos presenteia com uma paisagem perfeita e inesperada, ao som daquela música que por acaso passa na rádio. Há o ajudar quem realmente precisa, gratuitamente, e a há satisfação que isso nos traz. Há o salvar a vida a um animal. Há o brincar com a cadela que já é família. Há tudo isso. Há os momentos, para além dos números. Boa semana!

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