Florence Welch |
Nesses, preferia fugir do mundo e deixar-me ficar hermeticamente fechada no meu quarto, janelas cerradas, estores corridos, a cabeça tapada pelos lençóis e a almofada já húmida e salgada.
Não ter que conter as lágrimas também sabe bem.
Não ser sempre forte também é preciso.
Não impedir que a tristeza entre também pode ser bom.
É verdade.
Há um tempo para sorrir e outro para chorar. Sem o amargo, não se educam as papilas gustativas para apreciar o doce como um gourmet. É todo um chorrilho de clichés embebidos numa verdade que sinto como minha.
Porque é.
Em mim, faz sentido.
E quando ainda sinto réplicas de uma catástrofe passada, o melhor é sentar-me e esperar que passe. Abanou-me, doeu como o medo dói.
Não saio sempre vencedora de cada dia.
Não sou sempre o máximo.
Não tenho sempre direito ao mais alto lugar do pódio.
E então?
Só queria que quem me vê vencida percebesse que eu sou feliz.
Muito feliz.
Que apesar de, ao primeiro olhar não parecer, eu saí a ganhar.
E que vou ser sempre mais feliz que quem ficou para trás.
Talvez o sabor da vitória não seja sempre agradável.
Talvez ganhar seja uma partícula de nada.
Talvez a vitória não valha nada sem reconhecimento.
Talvez eu devesse crescer, que a vida não é só feita de ganhar e perder.
5 comentários:
Como me revi neste teu texto...eu poderia ter escrito isto! Mais: parece que fui eu que o escrevi...
Obrigada Ana, porque eu precisava de ler isto...
Subscrevo...ando numa fase semelhante, ou seja, de mandar às malvas a minha mania de ser superior aos problemas da vida. Nada como desabafar. Quanto aos que nos tentam envenenara existência, deixo-te com uma frase lá de casa " também não hão-de ser felizes". Karma is a bitch.
Obrigada Marlene, porque é bom saber que somos todos humanos. Que não somos o único ser do planeta a sentir estas coisas...
Imperatriz, acredita que desejo genuinamente a felicidade dos outros, "os que nos tentam envenenar a existência". Mas longe. (Embora acredite no karma, mas isso já não é problema meu eheheheh)
adorei.... aliás, como quase todos, mas há uns quantos especiais, e este é um deles....
Obrigada, Débora. :)*
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