terça-feira, 1 de março de 2011

E o tanto que mudou desde então...

Kate Hudson & Ryder
As saudades são tantas que é quase impossível não deixar escapar uma ou outra lagrimita. Ser pequena foi das maiores bênçãos da minha vida. Tenho presentes determinados episódios que quando verbalmente explicados perdem grande parte da intensidade de que realmente são dotados, perdem peso, perdem significado. Lembro-me, por exemplo, de a minha mãe me ir buscar à escola primária e de irmos lanchar a uma pastelaria ali perto. Por vezes, deixava-me comer uma fatia de um bolo muito bom, feito de pão de ló, chantilly e frutas. Era um bocadinho de tempo que eu tinha como nosso, não havia mais ninguém. E eu era pequenina e já valorizava isso. Sabia-me bem sair da escola e estar só com ela, a deitar conversa fora. Lembro-me muitas, muitas vezes disso. Tantas como me surge no pensamento o dia em que os meus avós me fizeram uma surpresa e me foram buscar, ao final de um dia de aulas. Nem acreditei quando os vi. Para mim, aquilo significava mais que para os outros meninos, cujos avós viviam perto deles. Sempre tive a família toda em Lisboa, pelo que a alegria de os ver no portão da minha escola ainda foi maior. Momentos. Fragmentos de memória perdidos algures em mim. Fazem de mim o que sou hoje.

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