quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Simples. Puro. Verdadeiro.

Elizabeth Olsen
Para ela, ainda é tudo simples. Ainda é tudo linear. Eu acho magnífico que assim seja, fico feliz com o facto de a sua visão ainda não ter sido toldada pelas muitas convenções sociais que assumimos como normais, à medida que nos vamos encaixando no molde da sociedade. Falávamos sobre as irmandades que acompanham até à última morada pessoas sem família ou amigos, que morrem sem que ninguém disso se aperceba, sem que ninguém os chore, sentindo a saudade inerente à perda física. O meu pai elogiava esse acto de caridade e a Mana Lamparina, cheia da irreverência cristalina própria de quem atravessa a adolescência, vinca a sua posição:

- Mas para que serve isso? Não percebo.
- Para a pessoa não ir sozinha. - respondeu o meu pai.
- Mas qual é que é o problema? Não está morta?
- Sim, mas não é triste uma pessoa ter um funeral vazio? Gostavas que ao teu funeral não fosse ninguém? - perguntei eu.
- Preferia que estivesse vazio do que cheio de gente que não conheço de lado nenhum...

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