quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O mistério das camélias

Eva Herzigova
Houve algum engraçadinho que deixou ontem um ramo de camélias à porta de minha casa. Não foi comprado numa florista, foi apenas cortado e deixado ali. Já esgotei todas as hipóteses, não foi ninguém. Não sei sequer para quem era o presente - pode ser para mim, pode ser para a Mana Lamparina. Pode ser para o Pai. E eu odeio estes mistérios. Fico com medos parvos, sinto-me observada. É que quem ali deixou o ramo sem bilhete nem pistas, sabe onde moro e quando não estou em casa. E depois fico com receio que apareçam mais coisas. Cada barulho lá fora é suspeito. Cada carro que demora a passar, um sobressalto. Passei a noite toda nisto. Como não sei de onde aquilo veio, ficou mesmo no jardim, nem chegou a entrar debaixo do nosso tecto. Vá de retro.

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