terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Num instante.

Olivia Palermo
O que nos torna mais ou menos crescidos é a capacidade de assumir compromissos. Vamos crescendo e, connosco, também o número de acordos, pactos, contratos.
Deixarmos a liberdade faz parte de ser adulto? Vamo-nos acorrentando, prendemo-nos a pessoas, a instituições, a obrigações.
As convenções sociais sufocam-me, mas também me servem de âncora. São os nossos objectivos e definem o nosso rumo, fase após fase. São os estudos que acabamos, o curso que terminamos, o estágio, o primeiro contrato. Vem o noivado. Somos uma só carne com um homem, anilha no dedo. Depois enforcamo-nos com a compra de uma casa, de um carro. Algemamo-nos aos filhos que temos, criamos raízes numa terra e quando damos por ela, já passou. Morremos presos e ficam as ideias e os ideais trancados num caixão.

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