quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Viver à margem.

Rachel Weisz
E então constato, novamente, que a minha vida é vivida sempre paralelamente, em relação aos outros. É individual. É minha. Mesmo só minha. Sou eu que a construo sozinha. Vivo-a à margem dos ideais dessa massa homogénea que me rodeia. É por isso que a opinião das outras pessoas, mesmo daquelas que são pilares da minha existência, tem de ser, por vezes, arrumada em prateleiras. É que no meu lugar, também eles hesitariam em mudar o que quer que seja por minha causa. E só eles saberiam o que se passa dentro do seu coração, que só reagindo a situações sabemos o que faríamos. Assim, mesmo sabendo que muito me amam e se congratulam com a minha felicidade, na verdade nem sempre me posso guiar pelo que julgam ser mais correcto. Ás vezes não conseguem mesmo compreender porque quero tomar determinada atitude - não por estupidez, mas por falta de experiência. Em mim, existe sempre a certeza de que felizes e amados, a maioria nem quereria saber do que penso. Porque o coração fala mais alto que a sensatez quando se sentem felizes e amados. Aqui, invertem-se os papéis: eu opto sempre pelo plano seguro da prudência, no que às relações diz respeito, que arriscar nem sempre nos leva a bom petisco.
E depois saio de mim e vejo-me lá de cima: tudo na minha vida correu de maneira diferente do que havia planeado. Os projectos que esbocei nunca se concretizaram tal e qual como imaginei. Mas estou bem. Estou muito bem. Tal como queria, mas com outro cenário. E pretendo continuar assim.

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