Emily Blunt |
Não quero apontar o dedo só porque sim, como aqueles que, achando-se detentores de mui nobres e brilhantes capacidades, julgando cumprir uma preciosa missão, lutam por uma verdade num paupérrimo Português, bacoco e desvirtuado, protegidos pelo escudo que é, no fundo, o seu monitor. Vomitam um monte de tretas, revelam cada pedra de calçada desalinhada e acham mesmo - impressionante! - que desempenham um inestimável papel pelo bem dos ignorantes que, como eles, aliás, não fazem ideia do porquê das coisas. Uma diferença apenas: não fingem saber. São estes, para quem ainda não tenha percebido, os corroídos pela inveja. O protagonismo atrai-os de tal forma que, não o tendo de mão beijada, o procuram por uma via alternativa. E ridícula, também.
Gosto dos que criticam construtivamente. Que revelam inteligência pelas alternativas demonstradas na altura e no local certo. Que não perdem o brilho de uma boa educação.
Sabem, tudo o que tenho vindo a conhecer faz-me temer pelos meus filhos que, se saírem à mãe, sentir-se-ão certamente deslocados nesta oca sociedade, constituída maioritariamente pela "carneirada", como tão bem adjectivou o nosso presidente da câmara. (lol) São eles e todos os que se acham importantes e que, sendo por vezes assolados por momentos de lucidez, se apercebem da fachada em que vivem. É aí que se tentam aproximar dos que vêem como realmente importantes, superiores. Aqui na cidadela, são por norma os advogados e os engenheiros. Em último caso, se a licenciatura não fizer parte do currículo, também servem aqueles cuja herança ou o casamento lhes permitiu comprar o Audi ou o BMW mais impressionante, maior que o do vizinho. Mesmo que depois não haja dinheirinho para a bica ou para o jantar no Tirol, ou para umas feriazitas no Algarve.
Intrigados pela minha presença, não há cá vergonhas: querem saber tudo. Quem sou, filha de quem, onde moro, quem é a minha família... um dia publico mesmo a riquíssima história genealógica que tanto me orgulha como me inibe, dada a admiração que nutro pelos que me antecederam. Não falo muito disso, sabem? Não por ser segredo, mas por privacidade. Quem realmente interessa, os meus, sabe quem sou, de onde vim e apenas porque mereceram sabê-lo. Bom, mas aqui ao povo, acho que lhes faço confusão por não ser peixe nem carne, aos seus olhos. Como não tenho por hábito manifestar opiniões por dá cá aquela palha, ficam com a pulga atrás da orelha. Não presto vassalagem aos labregos que eles veneram ou que consideram seres dotados de alguma inteligência acima da média, nem lambo as botas aos alvos das suas críticas. E isto deve ser realmente estranho. Serei uma outsider, portanto.
Apeteceu-me escrever sobre isto, que de tão vago, talvez nem seja nada. Lamento mesmo muito não poder escancarar aqui tudo o que me passa pela cabeça. Quem sou eu, afinal? Em jeito de conclusão... sabem a que acho mesmo graça? No meio de tudo isto, um mar de alfinetes sem objectivo à vista, não sabem quem realmente manda nisto tudo. Mesmo assim, fingem que sim, que ser espertalhão é que é giro. Faz-nos parecer maiores. Melhores. Informados. Atentos. São marionetas, apenas. E tão previsíveis... é fácil deixá-los sem resposta.
4 comentários:
Who I am? That's a secret i never tell!!
xoxo... Gossip Girl. Tenho saudades de ver um episódio... podias trazer-me essas coisinhas gostosas no Natal ;)*
E foi assim que aprendi a gostar de ti. Tu e só tu, convicta, forte e dona do seu nariz.
Nunca prestes contas a ninguém... só tu mandas em ti e isso faz-te feliz.
Li alguns "post's" e este diz-me muito e lembra-me o poç de energia que és!
Um beijo, Mana.
PS: continua a lembrar-me do teu texto da praia com 15 anos :)
Beijo grande para ti também, maninho. Obrigada pelas tuas sempre positivas palavras. Bom Natal :*
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