Lily Allen |
O meu cabelo não pode sentir humidade, que dou por ele todo levantado e frisado, de tão enorme susto. O meu cabelo tem dias fantásticos, em que me parece o melhor do mundo.
Odeio ir ao cabeleireiro, elas não sabem mexer na minha juba e saem-se sempre com comentários do género "Credo! Como é que penteia isto em casa? É preciso comer um bife!", enquanto com um pente minúsculo tentam desembaraçá-lo. Por norma, peço uma escova e dou conta do recado. Em menos de cinco minutos, tenho o trabalho feito. Depois é um drama quando começam com a história do "este cabelo está super desidratado" e do "tem que cortar as pontas". Pois, como se eu não soubesse que assim que tiveres uma tesoura nas mãos, me levas metade do cabelo, o que corresponde a três ou cinco anos. Três anos a apegar-me às minhas pontas não é pouco, minha gente! Uma pessoa cria laços (e nós) com cada fio. Além disso, ele é mesmo assim. Cortasse eu o cabelo pelas orelhas e ele continuaria assim. Porque é a sua natureza, é selvagem. E eu não me importo todos os dias com isso, até porque com um certo jeito e algum tempo, faço dele o que quero. Não é barato mantê-lo, não senhor. O ritual é simples: lavo-o duas a três vezes por semana com produtos profissionais que vou alternando para ele não se viciar - que vicia, a sério! Máscara uma vez por semana, amaciador leave-in sempre. Sérum nas pontas quando lhe vou dar com o secador e uma vez por mês, toalhas quentes com óleos. É por isto que me irrito quando as senhoras cabeleireiras insinuam que não tomo conta dele. Não percebem nada disto. É do meu lado afro que vem esta farta cabeleira, só posso ter orgulho nela.
E agora perguntam vocês: porque raio estás para aí a falar do cabelo? Mas alguém te perguntou alguma coisa?
E eu respondo: sonhei com ele, esta noite. Tinha-o num bob extra volumoso e só chorava. Foi um pesadelo medonho.
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