quinta-feira, 19 de abril de 2018

dos sítios altos.

«A minha vida é um autêntico electrocardiograma», dizia, entre a constatação e o queixume. Não tinha ainda compreendido a riqueza de ser profunda, densa, viva. Não sabia que ser rasa não é para almas inteiras e grandes, que ser pequena não se coaduna com o sangue que lhe ferve, que há um sentir de que quem gosta de ser e de se dar não abdica. 

Então divide-se entre lágrimas e sorrisos, a alegria das chegadas e a tristeza das despedidas, o êxtase dos dias bonitos e o pesar das noites escuras sem luar. Fechada nos Invernos para florir nas Primaveras, vai com leveza nos passos e põe nos sonhos todo o insustentável peso.

O que importa é não esquecer de fitar o horizonte dos sítios altos.

[ in @anarendalltomaz ]

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