Sempre preferi arrepender-me do que faço para não ficar com arrependimentos quanto ao que não fiz. A verdade é que raramente me arrependo de algo, porque acredito que se decido fazer alguma coisa, isso deve-se à existência de um motivo. Há sempre uma razão que justifica e valida o meu comportamento ou a minha atitude. Desta vez foi diferente: nem o motivo me livrou do peso que só quem se arrepende pode sentir.
Valeu-me apenas ter um Deus que me deu como Amiga alguém muito especial, que me chamou até à superfície da
razão, que com franqueza pôs as cartas na mesa e que por me conhecer por dentro tão bem como eu me conheço, me fez ver. Fiquei à nora, porque um 6 também pode ser um 9 se for visto ao contrário. E ela ajudou-me a ver ao contrário. Consegui ver-me do lado de fora e senti as minhas falhas mais profundas. Doeu. Foi como se me abrissem a sangue frio.
E depois de ter perdido tanto este ano, senti o pavor de não querer perder também quem está vivo. Então lembrei-me das palavras da Mana: "Não precisas de ser essa pessoa para o mundo inteiro. Há quem não mereça essa versão."
Hoje sinto-me grata por ter quem considere não desistir
de mim mesmo depois da manifestação da minha agressividade. E mais grata ainda por ter entendido que não posso ser sempre a dona da razão. Que
ser tão intransigente e radical só por defesa, só por medo de me magoar,
só porque fugir é mais fácil ou confortável, não me trouxe segurança.
Que esta frieza não faz sentido sempre.
E aos poucos, tenho tentado perder o medo de ser a miúda doce para aqueles que amo. Tenho tentado disciplinar-me para ver sempre, sempre o lado deles. Tenho tentado confiar um bocadinho mais. Espero conseguir mantê-los aqui. Espero mesmo.
Nesse caminho é muito importante a companhia de quem queira ficar ao lado ☺ caminhar sozinha é muito difícil e, digam o que disserem, o passar dos anos não facilita em nada as caminhadas solitárias.
ResponderEliminarDesejo muito que consigas. Beijinho*
Obrigada por esse desejo, Anita. Um beijinho*
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