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Gigi Hadid |
A malta vai crescendo e o círculo vai-se estreitando - nada de novo, portanto. O que dói é não rever num velho amigo a pessoa que foi. Deixar de ter saudades, sentir que não há proximidade nem nada ali que nos prenda. Desidentificamo-nos. Este termo existe? Mas é o que acontece: desidentificamo-nos. Como se numa bifurcação, cada um de nós escolhesse um lado diferente da estrada para seguir caminho. Às tantas, resta apenas a memória do que fomos, no silêncio que se faz por não haver nada que dizer. É estranho como deixamos de nos compreender, sem saber sequer em que pedaço de trilho percorrido se perdeu aquele engenho tão necessário para a manutenção das boas relações, a compreensão. É com ela que se apertam os parafusos do entrosamento e da empatia. Como não evitamos o franzir do sobrolho ao mais pequeno sinal de que algo absurdo vai sair da outra boca, vamo-nos fartando. Cansamo-nos. E depois de anos de condescendência, há um golpe desleal que faz o copo transbordar e desistimos. Deixamos de querer saber. Sem rancores, só desinteresse. Como se não fosse nada.
Acho que à medida que vamos crescendo, vai-se tornando mais clara a certeza de que não precisamos de muita gente para sobreviver. As prioridades reorganizam-se e a vida seguirá o seu rumo, com ou sem aquela companhia. E depois há aquela coisa de querermos avançar com cada vez menos peso às costas. Quem nos atrasa, não nos faz falta.
Apesar do crescente recurso ao pragmatismo, há sempre aquele olhar por cima do ombro antes do primeiro passo. Que pena. Foste tanto para mim. Que gratidão. E que pena que não tenha sido para sempre. Talvez um dia te deixe voltar a entrar, só para ver se já saíste dessa espiral de retrocesso.
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