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quinta-feira, 11 de junho de 2015

estilhaços do que fomos antes

Torna-se cansativo ser honesta e dizer, sempre que alguém pergunta se está tudo bem, "não, está tudo horrivelmente na mesma e eu vou aprimorando esta qualidade que é saber fingir. Qualquer dia ganho um Oscar". Escondemo-nos atrás do "tudo bem", como se por mentirmos tanto, conseguíssemos tornar real essa vontade tão simples de estar mesmo bem. É como a maquilhagem pesada nos olhos inchados pela noite de choro, que tenta mostrar ao mundo que não somos mais do que aquilo que se vê à superfície, como se não soubéssemos que «o essencial é invisível aos olhos». E o essencial, aquilo que é a nossa essência, o que está no fundo de nós, são estilhaços do que fomos antes.


SJP

2 comentários:

  1. Que murro no estômago! identifiquei-me tanto com este texto! O que se faz quando apenas temos estilhaços?

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  2. Há quem tente reconstruir-se, há quem se tente resolver, há quem deixe estar. Acho que nem sempre conseguimos construir alguma coisa a partir de estilhaços, sou das que acredita que um dia os varremos para qualquer lado, quem sabe se para fora de nós. E há-de chegar o dia em que já nem nos lembramos dos cacos no chão.

    Mas eu não sei nada disto...

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Obrigada pelo comentário. :)*