é tão bom quando nos apaixonamos por quem somos e pela nossa vida. depois de tantas idas e vindas, de tantas mágoas, de tantas lágrimas, o regressar, devagar, a nós. o fechar os olhos e respirar fundo, num abraço tão amplo como apertado, no aconchego da casa que somos. mudar. as mudanças são quase sempre dolorosas e os seus resultados sempre espantosos.
é verão na rua e em mim também. há calor na praia e dentro de mim também. há risos nas crianças e em mim também. finalmente.
sou serena e acho que nunca o tinha experienciado. sempre vivi num agito, sempre sofri com as queimaduras das emoções, sempre me doeu a intensidade. hoje sou serena, apesar do que aconteça ao meu redor. sou serena e ainda me parece estranho dizê-lo.
continuo emotiva, veemente, firme, convicta. mas não se agita o mar em mim. protejo a minha paz.
e é tão bom crescer e deixar que o amor próprio cresça connosco. amar a pessoa incrível em que nos tornámos, com todas as cicatrizes, com todos os acontecimentos que atravessámos, com todas as vezes em que nos superámos numa força maior.
amar o momento, estar de bem com o agora, não temer o futuro. sem ansiedade, com os bolsos cheios de fé, a esperança dos que não vendo, conseguem crer.
- Não foi há muito tempo que decidi iniciar um processo em que me coloco no centro das minhas prioridades. Depois de um dos períodos mais difíceis da minha vida, senti que precisava de cuidar de mim. Comecei pela mente, já que as crises de ansiedade afectavam todos os sectores da minha existência. Na pior fase, contei um ataque de ansiedade a cada duas horas. Sou Cristã e já não conseguia orar sozinha. Sentia-me a ser empurrada pela Vida. É terrível viver assim, numa angústia constante, envolta em insegurança e medo. É possível resolver esse problema.
Não tendo nada contra quem opta por medicações, nunca quis recorrer à indústria farmacêutica para um alivio temporário porque não acredito no tratamento dos sintomas - queria mesmo ir ao âmago da questão. Queria ir ao fundo, à raiz, e resolver tudo o que tinha para resolver cá dentro para não voltar a sentir-me desamparada como senti, mesmo com uma estrutura sólida de família e amigos, cheia de amor à minha volta. Estou no início de uma mudança que não quero que seja fugaz. Encontrei alguém que olhou para mim e para o que achava ser um mundo em ruínas e me deu descanso quando me disse que o meu caso era simples. Não tenho tempo para anos de psicoterapia nem acredito em esoterismos baratos, pelo que sinto ter encontrado aquilo de que precisava.
Alguém que precise de uma ajuda desse lado?
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