quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sonhos

Kate Upton
A minha Vó sabia interpretar sonhos. Não qualquer sonho, estou a falar daqueles sonhos que mexem connosco, que nos fazem acordar angustiados ou aflitos, aqueles em que ficamos a pensar durante algum tempo depois de acordar. Tenho muitos assim: cujos cenários, intervenientes, pormenores recordo inteiramente. Lembro-me dos espaços, dos itinerários que percorri, da companhia que tinha, do que vi, onde. Recordo todas as sensações. E tenho tido, desde Abril, imensos sonhos com tiros. Nunca sou eu a disparar a arma, mas vejo sempre quem carrega no gatilho. Já fui alvejada uma vez, mas na maioria dos sonhos, safo-me.
No último, estava numa cidade estranha, de casas pequenas com as paredes exteriores forradas a tecido e materiais de retrosaria. Fugia, com o meu pai e com a minha mãe, que dizia que aquilo não era uma guerra civil. Do carro, tirámos uma das armas do meu pai para nos protegermos. Eles estavam jovens, jovens como quando eu era criança. Depois de percorrermos algumas das ruelas coloridas da tal cidade, onde encontrei uma casa decorada com cores navy que me fez pensar «A Mana Lamparina iria adorá-la», vi o bando de arruaceiros armados por entre umas ruínas. Vi o disparo de um dos homens e continuámos a correr. Encontrámos uma prima minha que nos levou para dentro de uma casa grande, a fazer lembrar um hotel. Também esta era forrada a tecidos por fora, mas no interior era majestosa, com escadarias, tapeçarias e candelabros lindos. Acordei quando me disseram que não podia acender as luzes porque era perigoso - podiam encontrar-nos.
Nenhum dos significados que possa encontrar online me satisfez. Ninguém tem uma avó que saiba destas coisas?

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