quinta-feira, 6 de junho de 2013

Egolatria.

Gabby Westbrook
Ser o vento que corre por aí, ser mar que não sabe para onde vai, meio perdido mas profundo, meio leve mas denso, tão brando como revolto. Ser tudo isso e queimar na pele dos outros, como o Sol que se ergue a cada dia sem cansar, que ilumina e encandeia. Ser o luar que acompanha a noite na sua solidão escura, que brilha nos olhos dos apaixonados e alimenta as almas dos poetas. Ser guitarra dedilhada, voz de fadista cansada e o choro de uma morna. Ser fogo e consumir tudo o que existe, ser semente e germinar, crescer e ser árvore. Ser mais que árvore, ser embondeiro. Ser terra quente, ser fruto, ser aroma que não se esquece. Ser aliteração discreta mas sonora nas frases que escrevo, ser tão absurda quanto fascinante, tão aborrecida quanto imprevisível, ser as três letras do meu nome.

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