segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É o meu tempo de balanço, sim.

Toni Garrn
Como um ex. O flirt, o romance, a paixão, as borboletas no estômago, os momentos felizes, as pequenas desilusões, as grandes alegrias, aquela sensação confortável de quem se realiza um pouco mais a cada dia, o não saber viver de outra forma, a entrega, o fim, as lágrimas e a dor inerentes ao término do que era bom. E nosso. Depois o caminho deixa de ser um, porque quando seguimos direcções opostas pisamos trilhos diferentes e deixamos de falar no plural. Afastamo-nos tanto que chegamos ao sítio de onde nem reconhecemos aquela vivência na nossa vida. Passamos a ser entidades que se cruzaram um dia. Fica uma saudade do conjunto de memórias e momentos que ficaram lá atrás, um certo amargo de boca, um sorriso que nasce de uma lembrança carinhosa. Foi bom, mas acabou. Não queremos voltar. Queremos fazer o que diz o Rui Veloso e nunca voltar ao lugar onde já fomos felizes. Já fomos, mas agora chega de olhar por cima do ombro. Então aparecem novos amores, amores maiores, amores diferentes.
Foi assim a minha história com a imprensa regional. O nosso caso foi bom, mas já acabou. Gostei muito, mas não quero voltar a viver para ela. Por isso, às vezes é difícil entusiasmar-me com esta nova ocupação. Claro que fico grata pela oportunidade de contribuir activamente para o nascimento de um novo projecto (ter 27 anos e um currículo em que consta não só que escrevi para um jornal extinto como também que fiz parte da equipa fundadora de outro... é no mínimo giríssimo!), óbvio que o faço com toda a seriedade, profissionalismo e brio que aplico a todos os projectos em que me envolvo, lógico que há um ou outro trabalho que me agrada particularmente. Contudo, quando me perguntaram porque não me encontrava num estado de histeria total, emanando arrebatamento por cada poro e vestindo a camisola numa total entrega, à semelhança do que acontecera há alguns anos, fiquei muda.  Creio que o meu silêncio tenha sido suficientemente eloquente. É que agora já não me apetece apenas ocupar tempo livre. Eu quero começar a construir a minha carreira. E nos meus sonhos, ela não passa por aqui.

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